Não se deixe levar ou confundir, “Ritos
de Adeus” é uma ficção, um romance, baseado numa história real que, para quem
não sabe ainda, é a da última execução que ocorreu na Islândia. Mais
especificamente, sobre a morte de Agnes Magnúsdóttir, condenada à morte em
1828.
Juntamente com outro casal foi
acusada de matar dois homens (ela e a outra garota eram serviçais de um deles)
e incendiar a casa para que se livrassem de vestígios. Foram todos pegos e
julgados.
Agnes que estava presa em local
separado dos demais é encaminhada à casa de uma família, podendo escolher o
pastor que a guiará e auxiliará até a hora da morte, por decapitação.
Ela não é bem recebida em nenhum
lugar que fique. Era tratada de maneira terrível na prisão e também não é bem
acolhida na casa em que designaram que vivesse nos últimos dias. Mas, embora
distante, visivelmente constrangida, a família que a supervisiona não consegue
ignorar o grau de desmazelo da mulher.
O livro nos mostra as impressões
de alguns personagens, principalmente Agnes (narrado em primeira pessoa). Claro
que não podemos esquecer que é algo imaginado, com base na pesquisa histórica
feita por sua autora.
Não posso deixar de notar que há
uma tentativa de humanizar a condenada, tentar talvez suscitar dúvida ou nos
mostrar um lado mais sensível, uma faceta que não é cruel. A própria autora
disse que, nos documentos históricos, Agnes é praticamente descrita como uma
bruxa. Antes dos crimes, mulher comum, depois, satanizada.
Agnes era inteligente demais?
Fria demais? Conseguia guardar tão bem assim seus sentimentos? Ou as condições
de vida que ela tinha justificavam seu modo de ser, e ela foi acusada,
simplesmente, por ser fácil?
Acredito que não saberemos
jamais. Até cheguei a pesquisar algumas coisas na internet, sobre a história e,
como disse, tendo em vista que o livro é um romance, uma ficção, não se pode
deixar levar demais pela Agnes descrita. Ou podemos. A verdade não está mais
aqui, para ser alcançada, então, fica à critério do leitor ‘julgar’ Agnes.
Achei o livro bacana, embora em
alguns aspectos, muito raso. Alguns personagens não foram desenvolvidos, embora
muito próximos da protagonista. Ressalvo um pouco a parte final, pois achei um
tanto piegas.
Boa leitura, recomendo. Acabei
lendo bem rapidinho, num dia só já tinha acabado (na verdade, praticamente li
todo na espera do aeroporto e no voo). E cumpro aqui minha meta extra, pessoal,
de escolher um autor de país cuja literatura (para mim, pelo menos) não é muito
conhecida. Hanna Kent é australiana. Para fechar com chave de ouro, receitinha,
como da última vez. Agora uma meat pie (torta de carne), que adaptei um
pouquinho (frango, já que não como carne vermelha). E rumo à março (gente, e
esse ano que já está voando?)
Receita: Meat Pie (a minha torta ficou pronta super tarde, a luz não ajudou, a foto do celular ficou terrível, aí já viu, vergonha, muita vergonha).
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roubei a foto do site da Donna Hay, de onde tirei a receita. |
·
350g de massa de torta**
·
375g massa folhada (comprei pronta)
Recheio
·
1 colher de sopa de azeite de oliva
·
2 cebolas picadas
·
1.5kg round de carne (usei peito de frango) picado
em cubos
·
1 colher de sopa extrato de tomate
·
4½ xicara de
caldo de carne (usei de frango, e usei bem menos)
·
250ml vinho tinto (coloquei um pouquinho de
conhaque, para flambar a carne)
·
1 colher de sopa de molho inglês
·
2 colheres de sopa de amido de milho
·
60ml de água
·
Sal e pimento do reino à gosto
·
1 ovo, ligeiramente batido
Preaquecer o forno à 180°C (350ºF).
Recheio: colocar o azeite numa panela, em fogo alto, acrescentar a
cebola (cozinhar por dois minutos ou até amolecer). Adicionar a carne, cozinhar
por 5 minutos ou até selar. Adicionar o extrato de tomate, caldo, vinho e molho
inglês à panela e deixar cozinhar, destampado, por uma hora ou até a carne
ficar macia. Misturar à parte o amido de milho com a água, até formar uma
pasta, acrescentando-a à carne. Cozinhar por cerca de 4 minutos até que
engrosse. Adicionar sal e pimenta, tirar do fogo e deixar esfriar.
Abrir a massa de torta numa espessura fina e colocar no fundo e laterais
de forma de torta (pequenas). Colocar o recheio.
Colocar a massa folhada por cima (tampa da torta) e cortar as laterais.
Pressionar as laterais para juntar as duas massas. Pincelar o topo com os ovos
e faça um corte na tampa da massa (para o vapor sair). Assar por cerca de
trinta minutos ou até dourar (rende 6 unidades)
**Receita da massa de torta (usei a da Donna Hay, mas você pode usar a
massa receitinha da vovó que tiver)
·
300g farinha
de trigo
·
145g manteiga
·
2–3 colheres de sopa de água gelada
Bater a
farinha e a manteiga no processador (na mão dá, mas demora mais) até a textura
de areia molhada. Adicionar água aos poucos, até que a massa se una e fique
homogênea. Envolver em plástico filme e levar ao refrigerador por trinta
minutos. Para abrir, é só enfarinhar a superfície e abrir com o rolo
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