Mas, Aline, é esse livro mesmo
que você vai resenhar? Não saiu da fase do pré-vestibular faz tempo?
Sim, faz. Inclusive, devo dizer
que esse livro foi sim um dos listados na época (xiiiiii) que eu fui tentar
entrar numa faculdade. E, mesmo eu, que leio, leio, leio, que encarei Lusíadas
tranquilamente, como um desafio (outro que fazia parte da lista), devo dizer
que, ao encarar Macunaíma pela primeira vez... O-D-I-E-I. E, fazendo coro aos
meus protestos, uma colega de classe, que sonhava em fazer sociologia, dividiu
a mesma opinião que a minha. Era muito absurdo pra um livrinho tão fino...
Mas, a gente cresce, e mesmo eu,
me achando toda metidinha e adultinha pra idade, li o livro novamente (e pasmem
– pela mesma colega, aspirante à socióloga, que também tinha detestado o
livro). E dei o braço a torcer – com força – o livro é muito engraçado,
divertido. Talvez eu, com 16 anos, no mau-humor que precedia as provas
vestibulares, não estava com a mente suficientemente aberta para apreciar as
nuances do livrinho.
Mas devo advertir, mesmo assim,
que não é, como pode parecer, uma leitura fácil. Pode parecer, como disse, um
livrinho (significando livro pequeno, devo esclarecer) meio de anedotas, de tiradas
de sarro, e misturebas folclóricas.
Macunaíma, índio e negro, sai da
mata amazônica, de onde nasceu, para explorar o Brasil. E aí se mete em
diversas situações inusitadas, pois Mário de Andrade vai misturando diversas
histórias, contos, folclores, nas andanças do personagem, que tem, digamos, uma
noção toda peculiar de ética e moral.
E toda essa mistura vem com um viés
moderno (claro, Mario de Andrade era um dos modernistas) e cheio de críticas
implícitas, por exemplo, sobre nossa tendência de copiar culturas estrangeiras,
e outros fatos sobre a moral do típico brasileiro. Embora escrito em 1928,
continua bastante atual.
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