Li o livro já faz um tempinho,
mas resolvi esperar para ver o filme, para comparar.
Honestamente, não precisaria. Já
sabia que o filme era só inspirado na história real, mas na verdade, eles têm só
o tema em comum, o resto é bem diferente, então, realmente, são duas coisas bem
distintas.
A história real, contada no
livro, fala sobre Kim e Krickitt Carpenter, americanos que se
conheceram depois que Kim, que era treinador de uma equipe de baseball, liga
para encomendar agasalhos esportivos a uma empresa. A atendente é Krickitt. É
bacana e inusitado a forma como o casal se conheceu, afinal, imagino quão
poucas são as chances desse tipo de encontro dar certo. :)
Daí em diante, temos um relato
sobre como mantiveram contato (telefonemas e viagens aéreas) até se casarem. Krickitt
é muito religiosa, cristã praticante, missionária. Aí, apenas dois meses após o
casamento, ao irem passar o dia de ação de graças na casa dos pais dela, sofrem
um acidente, onde ela quase morre.
Ao começar a melhorar, percebem
que Krickitt não se lembra de ter casado. Nem de Kim. E aí passamos a saber
como foi o período de recuperação dela (de como ela ficou chata, parecendo uma
criança mimada, ou uma adolescente rebelde), e a percepção de Kim de que sua amável
esposa tinha morrido naquele acidente,e dado lugar a outra Krickitt.
Compartilho o sentimento de muita
gente que leu o livro (e que leu entrevistas dadas pelo casal). Não foi,
aparentemente, o amor que manteve o casal junto, mas muito mais o sentimento de
dever religioso, de manutenção dos votos matrimoniais. O que não desmerece a
história, por favor. Mas se você espera romance, talvez se decepcione.
Aliás, uma das ressalvas sobre o
livro é justamente isso. Não que se espere um romance água-com-açúcar. Mas
devemos ter em mente ao ler o livro, de que ele é um relato. Não foi escrito
por um escritor, realmente, mas por Kim e Krickitt (mais por Kim, o que deixa
algumas passagens meio floreadas demais, um tanto forçadas, pois quando se vê entrevistas
de Krickitt, percebe-se que ela sempre diz que nunca mais se lembrou
dos momentos de casada, de como foi conhecer o marido, e mais, que não se apaixonou
perdidamente por Kim, mais uma vez, mas sim aprendeu a viver com ele).
Ao ler o livro, temos a impressão
de ler, na verdade, uma reportagem de jornal ou revista.
E eu não costumo gostar de capas
de livro com cenas de filme. Pode ser jogada editorial excelente para alguns,
mas para mim, o efeito é contrário. É um tipo de repelente, chego a não comprar
o livro, se a capa oferecida é a que foi feita com um cartaz do filme. Mas,
nesse caso, não tinha muita escolha, foi assim mesmo (e olha que gosto da
Rachel McAdams).
Sobre o filme, como já disse,
tirando a premissa acidente-amnésia, esqueça o restante do livro. O nome dos
personagens, profissão e desenrolar da história é totalmente outro. A cena
inicial do casamento é bem bacana, e serve para fazer algo que foi falho no
livro: identificação com o casal. Aquela coisa de ver a fase inicial dos dois e
depois ficar torcendo para que eles voltem a dar certo, sabe? (isso porque o
casal do filme, com McAdams e Channing Tatum nem é tãaaaao bom assim. Química
mesmo foi entre Rachel e Ryan Rosling em Diário de Uma Paixão :P ).
Também não é um filme excelente, mas além de mostrar mais o casal junto, o que
gera essa identificação, traz um outro antagonista (além da própria amnésia), o
ex-noivo, o que dá mais "caldo".
Recomendo os dois, filme e livro,
com as ressalvas acima. Assistam, leiam... mas não precisa sair correndo
para fazê-lo!
casal da ficção e da vida real
Se quiser um texto a mais sobre a
história (em inglês), clique aqui
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