quarta-feira, 30 de maio de 2012

Hoje eu não vou falar de um livro específico...


Hoje, exceção à regra, vou fazer um pouquinho diferente e não vou falar sobre um livro específico. Vou segurar um tantinho um post que tenho feito para comentar uma coisa que tenho observado. Na verdade, será mais um desabafo, já que dos que acessam o blog, são poucos mesmo os que comentam...

Pelo Blogger, consigo ver as estatísticas do blog, os posts que fazem mais sucesso, que são mais acessados e os que são os que mais bombam (e tomei um susto quando vi que até na Rússia tem gente acessando!).

Pois então, por causa do meu último post, sobre Macunaíma, tive um estalo e comecei a prestar mesmo atenção nas estatísticas. E confirmei minha desconfiança. Os posts que tratam de livros de língua portuguesa (não necessáriamente brasileiros, mas de autores portugueses também, como Saramago) são – sempre – os que possuem menos acessos, alguns, considerados por mim fracassos retumbantes, como, por exemplo, o Macunaíma mesmo.

Claro, não sou ingênua, sei (e disse no post) que é um livro que pode enganar. É meio fantasia, meio comédia, é fininho, mas é sim, complexo. São muitas nuances e críticas, enfim, pode ser considerado um livro difícil.

Mas temas difíceis não me parecem ser, necessariamente, um fator de desencanto sobre um livro. Pois, na contramão, os posts que tiveram mais acessos aqui, geralmente são os que tem uma temática mais forte, como por exemplo, o livro da Jaycee Dugard, onde ela relata o caso de cárcere privado e abusos que sofreu.

Tenho também, claro, que reconhecer que os livros de língua portuguesa que apareceram por aqui (e são poucos, por enquanto) são, em geral, os considerados clássicos, e esses costumam ter uma barreira em torno deles (livro “de vestibular” eca, tô fora). Mas qual seriam os problemas dos clássicos? Como já disse, Ensaio sobre a Cegueira é um dos meus livros prediletos, juntamente, por exemplo, Dom Casmurro, de Machado de Assis. Li os 2 uma infinidade de vezes, assim como li Senhor dos Anéis (só para vocês sentirem que realmente sou eclética).

E mais, o problema é o clássico de língua portuguesa ou qualquer um serve? Será que se fizesse um post sobre a Divina Comédia, ele seria bem quisto pelos leitores, ou haveria também rejeição? Estamos buscando mais literatura, ultimamente, mas queremos uma linguagem mais fácil, mais atual, ou livros menos complexos, ou é apenas obra do acaso?

E finalizando: o post sobre Raphael Draccon e sua (ainda) trilogia Dragões de Éter foi o mais acessado dentre os que estou tratando (língua portuguesa). Talvez justamente por ele ser mais contemporâneo, trazer uma leitura mais fluída, de uma forma mais agradável, talvez, à platéia atual. Mas, mesmo assim, nem se compara a outros livros tratados aqui. Existe uma barreira dos leitores aos nacionais, ou há, na verdade, uma falta de escritores brasileiros/lusófonos que escrevam seguindo as tendências dos leitores atuais?
Ou estou apenas viajando demais?

Não sei... nos outros sites/blogs sobre livros, vejo muitas resenhas de livros estrangeiros (e não é uma crítica, também os leio muito, tanto que são também maioria por aqui). Estão faltando bons autores da nossa língua atualmente? Ou os que existem não fazem “literatura de massa”, sendo incapazes talvez de se tornarem bestsellers?

Aproveitando a deixa: alguém poderia sugerir (por comentários, facebook, email) autores brasileiros bacanas e atuais para que eu possa começar a correr atrás deles? Não existe nenhum romance bacana sobre a nossa realidade, ou sob a perspectiva de pessoas da nossa cultura que alguém recomende? (eu estou pensando em um, mas isso é assunto para um outro post...)

Beijos!

 Essa imagem linda, tirei daqui: Clube de Leitores

4 comentários:

  1. Os únicos autores brasileiros que eu realmente gosto e leio são Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector rs. Sei lá tenho a impressão que eles meio que escreveram as histórias pra mim kkkk.
    Gosto muito de ler e sei que tem muita coisa boa por aqui :)
    Beijão

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    1. Olá! Caio Fernando Abreu não conheço, e Clarice Linspector gosto sim, por exemplo, de A Hora da Estrela. Vou anotar a dica!
      Beijo

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  2. Oi Aline!
    Muito interessante essa discussão...
    Eu confesso que não leio os clássicos brasileiros, já li muitos na época de escola e hoje não tenho vontade de reler.
    Mas existem novos autores muito bons, como o Draccon que você citou. Outros que li e gostei são: Giulia Moon, Leila Rego, J.R. Viviani. Dá uma olhada no selo "Novos Talentos da Literatura Brasileira", da editora Novo Século. Eles estão lançando muitos autores interessantes.

    Beijos,
    Sora - Meu Jardim de Livros

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    1. Sora, ótima dica sobre o selo Novos Talentos da Litertura Brasileira. Vou checar com certeza...
      Tenho a impressão que, nas livrarias, eles não andam dando destaque para os nacionais, ou seria impressão minha?

      beijão,
      Aline

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