Hoje, exceção à regra, vou fazer
um pouquinho diferente e não vou falar sobre um livro específico. Vou segurar
um tantinho um post que tenho feito para comentar uma coisa que tenho observado.
Na verdade, será mais um desabafo, já que dos que acessam o blog, são poucos
mesmo os que comentam...
Pelo Blogger, consigo ver as
estatísticas do blog, os posts que fazem mais sucesso, que são mais acessados e
os que são os que mais bombam (e tomei um susto quando vi que até na Rússia tem gente acessando!).
Pois então, por causa do meu último
post, sobre Macunaíma, tive um estalo e comecei a prestar mesmo atenção nas
estatísticas. E confirmei minha desconfiança. Os posts que tratam de livros de língua
portuguesa (não necessáriamente brasileiros, mas de autores portugueses também,
como Saramago) são – sempre – os que possuem menos acessos, alguns,
considerados por mim fracassos retumbantes, como, por exemplo, o Macunaíma
mesmo.
Claro, não sou ingênua, sei (e
disse no post) que é um livro que pode enganar. É meio fantasia, meio comédia, é
fininho, mas é sim, complexo. São muitas nuances e críticas, enfim, pode ser
considerado um livro difícil.
Mas temas difíceis não me parecem
ser, necessariamente, um fator de desencanto sobre um livro. Pois, na contramão,
os posts que tiveram mais acessos aqui, geralmente são os que tem uma temática
mais forte, como por exemplo, o livro da Jaycee Dugard, onde ela relata o caso
de cárcere privado e abusos que sofreu.
Tenho também, claro, que
reconhecer que os livros de língua portuguesa que apareceram por aqui (e são
poucos, por enquanto) são, em geral, os considerados clássicos, e esses
costumam ter uma barreira em torno deles (livro “de vestibular” eca, tô fora). Mas
qual seriam os problemas dos clássicos? Como já disse, Ensaio sobre a Cegueira é
um dos meus livros prediletos, juntamente, por exemplo, Dom Casmurro, de
Machado de Assis. Li os 2 uma infinidade de vezes, assim como li Senhor dos Anéis
(só para vocês sentirem que realmente sou eclética).
E mais, o problema é o clássico
de língua portuguesa ou qualquer um serve? Será que se fizesse um post sobre a
Divina Comédia, ele seria bem quisto pelos leitores, ou haveria também rejeição?
Estamos buscando mais literatura, ultimamente, mas queremos uma linguagem mais
fácil, mais atual, ou livros menos complexos, ou é apenas obra do acaso?
E finalizando: o post sobre
Raphael Draccon e sua (ainda) trilogia Dragões de Éter foi o mais acessado
dentre os que estou tratando (língua portuguesa). Talvez justamente por ele ser
mais contemporâneo, trazer uma leitura mais fluída, de uma forma mais agradável,
talvez, à platéia atual. Mas, mesmo assim, nem se compara a outros livros
tratados aqui. Existe uma barreira dos leitores aos nacionais, ou há, na verdade,
uma falta de escritores brasileiros/lusófonos que escrevam seguindo as tendências
dos leitores atuais?
Ou estou apenas viajando demais?
Não sei... nos outros sites/blogs
sobre livros, vejo muitas resenhas de livros estrangeiros (e não é uma crítica,
também os leio muito, tanto que são também maioria por aqui). Estão faltando
bons autores da nossa língua atualmente? Ou os que existem não fazem “literatura
de massa”, sendo incapazes talvez de se tornarem bestsellers?
Aproveitando a deixa: alguém
poderia sugerir (por comentários, facebook, email) autores brasileiros bacanas
e atuais para que eu possa começar a correr atrás deles? Não existe nenhum
romance bacana sobre a nossa realidade, ou sob a perspectiva de pessoas da
nossa cultura que alguém recomende? (eu estou pensando em um, mas isso é
assunto para um outro post...)
Beijos!
Essa imagem linda, tirei daqui: Clube de Leitores