Charlotte Usher é uma menina invisível. Pelo
menos, ela acha que é. Ninguém na escola a nota, mas ela está disposta, neste
ano, a mudar a situação. Será amiga de Petúnia, nada mais do que a menina mais
popular da escola, e de Damen, o garoto dos seus sonhos e... namorado da Petúnia.
Quando, para ela, seus sonhos parecem que poderão se concretizar, Charlotte
morre. E uma morte digna de uma menina-invisível do colégio: Bem sem gracinha,
sem estardalhaço, sem glamour. Uma morte bem idiota mesmo. Nem a vida e nem a
morte parecem justas para ela!
Charlotte percebe que morrer não acaba com a
necessidade de ir para a escola, embora as coisas estejam um tanto diferentes
agora. Mas, ao invés de aprender com sua vida anterior, ela está mais
interessada em usar os benefícios que a morte lhe trouxe, como ficar no vestiário
com Damen, entrar na casa (e quarto, banheiro, closet) de Petúnia.
Quem nunca ouviu o ditado: “não julgue um livro
pela capa”? Bem, nesse caso, posso dizer para vocês, vale a pena. A capa é uma
graça, não se percebe por aqui, na imagem, mas ela é vazada, então, a capa, por
si só, é essa parte preta meio moldura de espelho, meio caixão. Já na primeira
página do livro é que está a ilustração de Charlotte.
Em cada início de capítulo, também há um
agradinho: Outra ilustração meio gótica, mas bem fofinha, juntamente com
trechos de livros, de filmes, uma coisa bem pop. E embora o livro seja de
leitura rápida, e um tanto quanto juvenil, as poesias e as músicas escolhidas
para terem um trechinho na abertura dos capítulos são um tiquinho mais antigas.
Temos REM, The Smiths, etc. Assim, quem tem mais ou menos minha idade também
pode se divertir, lembrando daquelas épocas em que colocávamos pedaços de músicas
e poesias na agenda.
Charlotte é a típica adolescente que tenta ser
popular e, para uma pessoa mais adultinha, isso pode parecer chato às vezes,
porque ela é teimosa e infantil. Mas oras, é dessa infantilidade, por ela ser
mais bobinha é que as cenas cômicas aparecem. A personagem mais madura na estória
é a irmã da Petúnia, que pode ver Charlotte, e quem sabe, tentar colocar um
pouco mais de juízo naquela cabecinha alma. Li o livro dando risada, me
divertindo mesmo com as bobagens e confusões criadas pela Charlotte. Leiturinha
boa, relaxada e descompromissada. E aí, para fazer minha boa ação, dei o livro
para uma sobrinha minha. Ela já gosta de ler, mas com um livrinho desses, nada
melhor para reforçar a idéia do amor às letras, não é?
PS: Comprei o livro no comecinho do ano, mas não
foi tão fácil achá-lo. Encomendei na Livraria Cultura. Agora, não sei se a
situação melhorou.
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