Na
União Soviética do ano de 1953, o governo insiste em dizer que não há crimes no
país. E, para quem discorda, resta a opressão. Mas o que ocorre quando uma família
diz que seu filho, encontrado morto nos trilhos de uma ferrovia foi
assassinado? E quando um agente da MGB desacata as ordens de ignorar o caso,
correndo o risco de ser declarado inimigo do Estado e passa a buscar a verdade?
Gente,
só o tema já faz com que eu diga que você tem que ler o livro. A ambientação da
União Soviética é interessante (é impressão minha ou há poucos livros bacanas
disponíveis que exploram essa temática?), pincelando temas sobre a relação com
a polícia, com o governo opressor, sobre a época de Stalin, tortura, polícia
secreta, e outros dados como o tratamento dado à homossexualidade na URSS,
orfanatos, tratamentos psiquiátricos, educação, etc.
O
livro é tenso, e ambientado em paisagem e cultura totalmente diferentes do que
estamos habituados. Há neve por todo o lado, um inverno mais rigoroso do que
podemos imaginar, as diferenças culturais e de época, pois estamos falando de
uma nação comunista, vivendo em opressão.
Além
dessa ambientação interessante da época (eu gosto de história, mas confesso que
era mais aficionada pela história antiga, mitologia, etc., não por essa área
mais ‘recente’ dos estudos), vamos ao que interessa do livro: A narrativa é ótima.
Praticamente engoli o livro. Ele é de uma agonia tremenda. E quando vão
descobrindo mais e mais crianças assassinadas (não é spoiler, oras, você achava
que ‘criança 44’
significava o que?), nossa, vai te batendo uma tristeza... caramba, o governo
simplesmente cala sobre isso e deixa tudo lá, como se fosse tudo ótimo, e as
famílias que se virem, e engulam a dor, inventem uma justificativa para o
ocorrido. E embora não haja mocinhos e bandidos clássicos (o super mau e o
super bonzinho), afinal, lembrem-se, o personagem principal, Liev Demidov é agente do governo, não
tem como não torcer para ele, para que ele resolva a bagunça toda, embora ele
se encrenque muito por tentar.
O
fim... achei bem bacana, e embora eu
seja a mestre em ficar tentando adivinhar o final, devo dizer que fiquei
passada com a explicação. Sério, me deu certo choque. Não passei nem perto de
descobrir o assassino ou os motivos da barbárie.
Dizem
por aí que o livro teve os direitos adquiridos pelo Ridley Scott, e que estão fazendo testes com atores. Bem, espero
que sim, embora sempre me bata aquele medinho de adaptações de livros que gosto
muito (e as fãs de Robert Pattinson dizem
que ele estaria no filme... :/).
Um
dado histórico interessante é que esse livro é parcialmente baseado na história
verídica do serial killer Andrei Chikatilo,
o Estripador de Rostov, que matou 52 pessoas
na URSS. Mas sério, por favor, se forem pesquisar sobre o assunto, façam isso
DEPOIS de ler o livro, porque estraga um pouco a resolução da história, hein? SÉRIO!
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